sábado, fevereiro 25, 2006

DISTURBIOS DE MOVIMENTOS E ATIVIDADE FÍSICAS: um relato de experiências acadêmicas

Amanda Pacheco Beck, Ingrid Montanaro Serri de Castro, Natália Cristina Cipriani.
Acadêmicos do Curso de Licenciatura em Educação Física
Marize Amorim Lopes
Professoras do Departamento de Educação Física da UFSC, (coordenadora)
marize@cds.ufsc.br

Resumo

Relata o projeto desenvolvido no centro de Desportos da UFSC. Objetivo centrado em oportunizar vivências corporais para pessoas portadoras dos distúrbios de movimento buscando melhor aceitação da enfermidade, bem como uma mudança no estilo de vida e inclusão social destes indivíduos. O projeto envolve dança, exercícios de soltura muscular, alongamento, flexibilidade, equilíbrio, força, resistência e relaxamento.

Palavras-chave: projeto de extensão, atividades físicas, distúrbios de movimentos, Parkinson e Machado Joseph.

Introdução
Os “Projetos de Extensão” da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) propiciam visibilidade de ações acadêmicas na sociedade com atividades práticas no processo de ensino-aprendizagem, associados ao processo pensar-fazer-saber, direcionam atividades e tarefas executadas nos locais de trabalho e viabilizam possibilidades de estágios curriculares e extracurriculares, além de colocar os acadêmicos em contato com suas diferentes áreas de atuação profissionais.
O propósito deste relato é compartilhar experiências relevantes no projeto de extensão referente ao projeto de Distúrbios de Movimentos e Atividades Físicas.
Esta experiência foi possível a partir da oportunidade de participação de um Projeto de Extensão entre a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O projeto foi executado por 4 estagiários, acadêmicos do Curso de Educação Física da UFSC, sob a supervisão da Professora Marize Amorim Lopes
O processo de envelhecimento populacional e o conseqüente crescimento da população idosa (pessoas acima de 60 anos) estão acontecendo em todo o mundo e acomete pessoas de todas as camadas sociais, culturais ou econômicas. Juntamente a esse envelhecimento doenças crônicas degenerativas tendem a se manifestar nos humanos, entre as quais podemos destacar o Mal de Parkinson e a Doença Machado-Joseph (DMJ).
Bittencourt, Troiano e Collares (2005), em seus estudos esclarecem que a condição identificada nos dias de hoje pelo epônimo Parkinson tem sido objeto de discussão há milênios. Entretanto, é possível afirmar que sua história moderna iniciou-se no ano de 1817. Quando um médico inglês chamado James Parkinson, membro do Colégio Real de Cirurgiões, possuidor de bom padrão científico-cultural publicou sua principal obra no Parkinson J. An Essay on the Shaking Palsy. London: Whittingham & Rowland, 1817.
O Mal de Parkinson é uma doença neurológica e degenerativa do sistema nervoso central, crônica e progressiva. É também conhecida como parkinsonismo. Esta enfermidade afeta os movimentos das pessoas, causando tremores, lentidão de movimentos, rigidez muscular e desequilíbrio. Não é fatal, muito menos contagiosa e não afeta a memória ou a capacidade intelectual do parkinsoniano.
Essa doença, segundo ABP (2005), ocorre devido à degeneração das células situadas numa região do cérebro a que chamamos “substância negra”. Essas células produzem uma substância conhecida como dopamina, que conduz as correntes nervosas (neurotransmissores) ao corpo. Alerta ainda que a falta ou diminuição da dopamina afeta os movimentos do paciente, provocando esses sintomas.
Cálculos estatísticos consideram que a doença de Parkinson atinge, em média, um a cada mil habitantes, independente de país, raça e sexo. A doença de Parkinson tende a afetar pessoas idosas.
A grande maioria das pessoas tem os primeiros sintomas geralmente a partir dos 50 anos de idade, sendo que uns por cento das pessoas com mais de 65 anos têm a doença de Parkinson.
O número absoluto de portadores de doença de Parkinson aumentou no Brasil, entretanto o número relativo de portadores da doença na população continua o mesmo, pois atualmente mais e mais brasileiros vivem além dos 60 anos de idade (ABP, 2005; GOULART; CARDOSO, 2005).
Em conformidade com Argue (2000, p.11): “[...]uma das doenças que ainda permanece sendo uma incógnita para a ciência é a doença de Parkinson. Mesmo sendo alvo de muitos estudos em todo o mundo, pouco se sabe sobre esta desordem crônica cerebral que prejudica a habilidade de movimento”.
Estudiosos do tema como: Argue (2000), Troiano e Collares, (2005) asseveram que o Mal de Parkinson é uma enfermidade degenerativa do sistema nervoso central, idiopática, de progressão lenta e ainda sem cura. No entanto quase duzentos anos após a sua descoberta, esta doença ainda permanece um enigma. O que não é de causar espanto, pois até entre os parkinsonianos existem aqueles que não sabem que são portadores da doença.
Um dos fatores que dificultam a identificação da doença, é que o seu diagnóstico é feito por exclusão. A história usual de quem é acometido pela doença de Parkinson consiste num aumento gradual dos tremores, maior lentidão de movimentos, caminhar arrastando os pés e a postura inclinada para frente. O médico neurologista é o profissional indicado para diagnosticar e tratar da doença de Parkinson.
Segundo Mangone e Herskovits (1989 apud BITTENCOURT, 2005) o diagnóstico de doença de Parkinson deve ser realizado com extrema cautela nos dias atuais, pois apesar desta enfermidade ter uma alta prevalência, um grande número de condições distintas está associada a parkinsonismo de diferentes etiologias, ou seja, de diferentes causas. Neste particular, deve ser realçado que inúmeras medicações de uso rotineiro e aparentemente inocentes tem potencial para desencadear no usuário uma síndrome parkinsoniana.
O tremor típico afeta principalmente os dedos ou as mãos, podendo ocorrer num lado ou nos dois simultaneamente, todavia pode ser mais intenso num lado que no outro, conforme ABP (2005), o tremor ocorre quando nenhum movimento está sendo executado e por isso é chamado de tremor de repouso.
Com base na Associação Brasil Parkinson (2005), podemos afirmar que a lentidão de movimentos é, talvez, o maior problema para o parkinsoniano, embora esse sintoma não seja notado por outras pessoas. A lentidão de movimentos torna-se mais acentuada, evolui mais rapidamente e o parkinsoniano perde certa automação dos movimentos do que a pessoa que envelhece normalmente. Esta perda automática ou não consciente de controle dos movimentos, explica porque é que os parkinsonianos piscam muito menos que as pessoas normais e por isso parecem que sempre estão a nos olhar fixamente. A face torna-se rígida e parece que está congelada. O caminhar do parkinsoniano se parece com o de uma pessoa idosa. Os ombros estão encolhidos e inclinados para frente, os braços caem paralelos ao corpo e quase não balançam. Os calcanhares arrastam-se no chão causando um caminhar bastante típico.
Bittencourt (2005) em seus estudos esclarece que levando em conta todos os efeitos que a doença provoca no enfermo, a atividade física torna-se um quesito muito importante no tratamento do Mal de Parkinson e completa: a atividade física não irá impedir que a doença evolua, porém poderá fazer com que o portador da enfermidade mantenha o funcionamento de seus músculos, ossos e articulações em bom estado.
É consenso que são muitos os benefícios físicos e psicológicos provenientes da prática regular de atividades físicas. Sabemos também que um programa regular de exercícios pode ajudar a manter a flexibilidade das articulações e os músculos fortes facilitando a movimentação. Portanto um programa de vivências corporais para pessoas portadoras de Parkinson pode ampliar e melhorar as ações frente a esta população especial, afim de que se possa atuar dentro das suas realidades e necessidades.
A Doença Machado-Joseph (DMJ) também é conhecida como uma enfermidade crônica degenerativa que tende a se manifestar nos humanos idosos.
Silva (2005), membro da Associação Portuguesa de Pesquisa da Doença Machado-Joseph, relata que durante muitos anos, em certas localidades das ilhas dos Açores, havia uma enfermidade denominada pelo vulgo: Doença do Tropeção. O povo e até os médicos consideravam que esta doença devia ser devido à bebedeira ou então causada por doenças venéreas trazidas pelos tripulantes de New Bedford, Massachusetts, que andavam à caça da baleia no Atlântico Norte. As vítimas desta doença foram, durante muitos anos, ridicularizadas injustamente. Em 1972 foram diagnosticados os dois primeiros casos da Doença do Tropeção ou da Doença de Machado-Joseph. O primeiro caso a ser descoberto foi o de William Machado, descendente de uma família da Bretanha na Ilha de São Miguel. O segundo foi de uma família chamada Thomas e logo a seguir apareceu outro caso no norte da Califórnia numa família chamada Joseph e daí o nome de Doença Machado-Joseph. Em medicina há uma regra para se designar o nome da doença que se acabe de descobrir. Ou se usa o nome do médico que a descreveu há muitos anos, como por exemplo, Doença de Parkinson (nome do primeiro médico inglês que descreveu esta doença), ou então usa-se o nome do primeiro doente no qual foi detectada a nova enfermidade. Neste caso a ciência médica adoptou prestar homenagem aos últimos nomes dos dois doentes: Machado e Joseph.
Binttencourt, Troiano e Collares (2005), descrevem a Doença Machado-Joseph como uma ataxia cerebelar hereditária, causada por uma repetição de três letras no código genético (DNA) em um gene do cromossomo 14q. Esta tem um início tardio e herança autossômica dominante. Embora uma única anormalidade genética tenha sido descrita, quatro aspectos fenotípicos distintos são conhecidos (tipos 1 a 4). O tipo 4 apresenta parkinsonismo associado a sinais cerebelares e amiotrofia distal de início entre a sexta e sétima década de vida. Por este motivo, a presença de sinais parkinsonianos associados a sinais cerebelares e amiotrofia distal de início tardio, em paciente descendente de açorianos, principalmente havendo história familiar francamente positiva, deve sinalizar o provável diagnóstico de doença de Machado-Joseph. Devido a crescente miscigenação observada em nossa sociedade, não será raro encontrarmos pacientes com esta condição, ostentando nomes germânicos ou italianos.
Os autores ainda saleintam que para a DMJ não há tratamento eficaz, embora se tenha descrito alívio temporário dos sintomas parkinsonianos. Contudo, todos os pacientes deveriam ser encorajados a seguirem programa fisioterápico. Desta maneira vivencia-se o paradoxo do surgimento de novos sintomas, a despeito de boa responsividade terapêutica. Como exemplo disso, sintomas tais como disautonomias (hipotensão postural, disfunção sexual, transtornos esfincterianos e gastrointestinais), dor, quedas, acatisia (incapacidade de permanecer parado), distúrbios do sono e demência. A maioria destes sintomas é conseqüente à degeneração do sistema motor. E ainda revelam: esta anomalia provoca movimentos desequilibrados e desordenados implicando em alterações na fala, gestos, equilíbrio e marcha. Levando em conta todos os efeitos que essas doenças provocam na pessoa, incluindo dificuldades em executar atividades diárias e o preconceito social, a prática de atividade física é de suma importância para o tratamento e enfrentamento das mesmas.
Diante do exposto acima podemos salientar a imprescindibilidade da participação dos portadores tanto da Doença de Parkinson quanto da Doença Machado Joseph em programas fisioterápicos, bem como, em atividades físicas.


Material e Métodos
Este relato de experiência de um projeto de extensão desenvolvido a partir de maio de 2003 com pessoas com distúrbios de movimentos. Foram avaliados: contexto sócio-cultural, o desempenho com relação aos exercícios físicos e movimentos realizados, desenvoltura, resposta motora, entre outras. Participaram das atividades do projeto oito pessoas com a doença de Parkinson, quatro com Machado Joseph e um acompanhante. As atividades envolveram dança, exercícios de soltura muscular, alongamento, flexibilidade, equilíbrio, força, resistência e relaxamento. Estas aconteceram em três (3) sessões semanais (terças, quintas, e sextas) com 60 minutos de duração, no Centro de Desportos da UFSC. É um trabalho realizado em parceria com Associação Parkinson/SC, objetivando oportunizar vivências corporais para pessoas com distúrbios de movimento, buscando um melhor enfrentamento, mudança no estilo de vida e inclusão social destes indivíduos.
Os dados foram compilados e organizados pelas pesquisadoras, buscando destacar a realidade de um trabalho acadêmico junto a um grupo especial no período de março a dezembro de 2005.

Resultados e Análise
Como procedimento de trabalho, iniciava-se com atividades de aquecimento com músicas bem variadas, ritmos estimulantes para animar os participantes. A atividade inclui desde caminhadas até movimentos de elevação de joelhos coordenados e alternados com os braços estimulando para que o grupo tente seguir o ritmo imposto pela música ou até mesmo por nós, visando o aumento da freqüência cardíaca e da coordenação motora.
Em seguida foram realizados exercícios mais específicos, como: força, flexibilidade, equilíbrio e coordenação motora. Com isto buscamos trabalhar os aspectos mais comprometidos pela doença.
Nos últimos instantes do término da aula eram realizados alongamento e relaxamento com o auxílio de músicas que inspiram tranqüilidade e serenidade, bem como a utilização de mensagens positivas para reflexão.
As atividades desenvolvidas no decorrer da realização do projeto foram as seguintes: aula de ginástica, alongamentos, caminhadas, dança de salão, dança estilizada, atividades de integração e recreativas, entre outras.
Avaliando o desenvolvimento das atividades foi possível a percepção de alguns fatores importantes, tais como: as maiores queixas dos parkinsonianos em relação á doença foi à lentidão dos movimentos e a rigidez dos movimentos inferiores além dos tremores;
Quando relacionado aos portadores da DMJ, as queixas são outras, principalmente a dificuldade na fala e o desequilíbrio ao caminhar;
A média de alunos freqüentadores nas aulas era de cinco a sete alunos, sendo que alguns não conseguiam manter a freqüência regular devido à dificuldade de transporte e problemas relacionados com a própria doença. Contudo existiam alunos que raramente faltavam e relataram se sentir muito bem com os resultados benéficos das atividades físicas frente à doença.
Além do aspecto social e de integração que as aulas proporcionaram, pode-se perceber que é um trabalho de suma importância no tratamento de pessoas com distúrbios de movimentos.
A turma era bastante unida, ajudavam uns aos outros quando necessário, além de se preocuparem quando os colegas faltavam demais, chegando a ponto de ligarem para saber o que estava acontecendo. Era uma ótima turma para se trabalhar, pois eram alunos muito dedicados, atenciosos e valorizavam as atividades propostas reconhecendo a sua importância.
Constatamos, através de vivências práticas e observações, diversos benefícios: melhora no equilíbrio, fortalecimento muscular e nas condições físicas, além da manutenção da flexibilidade, ampliação do convívio social, maior disposição, auto-estima e autonomia dos alunos. As trocas de experiências também era outro fator que vinha favorecendo na melhora no aspecto psicológico e físico dos alunos.
Preocupadas com o bem estar de cada participante, realizou-se uma enquête para a obtenção de informações sobre o posicionamento de cada integrante do grupo diante da prática de atividades físicas dentro do programa. Os alunos relataram melhora na coordenação ao caminhar, escrever, colocar os sapatos, carregar objetos, entre outros.
Houve um relato de uma aluna que não conseguia dirigir e depois de 3 meses de atividade voltou a dirigir. Houve também vários depoimentos positivos que nos deixaram esperançosas e certas de que dar continuidade ao projeto é preponderante para que essas pessoas portadoras de doenças com distúrbios de movimentos tenham melhores condições para enfrentam sua doença.

Considerações Finais
A participação em projetos de extensão na formação acadêmica pode ser considerada uma complementação positiva e de grande importância. Cabe aos cursos de Educação Física estimularem oportunidades para estágios de estudantes de graduação e especialização, no intuito de oportunizar experiências enriquecedoras no que concerne aos benefícios da atividade física aos portadores de doenças crônico-degenerativas.
Atuação em Instituições Privada e Estadual abre horizontes, agregam conhecimentos, além de permitir vivenciar experiências em áreas profissionais.
Percebeu-se que as atividades realizadas com os portadores de Mal de Parkinson e de Machado Joseph trouxeram progressos para os participantes, como a melhora da percepção do seu corpo, os deixando mais confiantes para a prática de atividades da vida diárias e de lazer, dependendo do condicionamento físico que a pessoa possui, do domínio corporal, da disposição, do fortalecimento muscular, amplitude articular.
Essas atividades facilitam a movimentação e a locomoção, deixando-os mais independentes e autônomos, proporcionando assim, a qualidade de vida e conseqüentemente melhora na auto-estima.
Este programa vem contribuindo para uma melhor locomoção e domínio das atividades diárias dos participantes, bem como propicia trocas de experiências sobre a doença, o que, por sua vez, favorece um melhor enfrentamento da doença.

Referências

ARGUE, J.(2000), Parkinson’s Diesease & the Art of Moving. OaKland, CA: New Harbinger Publications.
ASSOCIAÇÃO BRASIL PARKINSON - http://www.parkinson.org.br/. Acesso em 11 de dezembro de 2005.

BITTENCOURT, P.C.T., TROIANO, A.R. & COLLARES, C.F. Doença de Parkinson: Diagnóstico e Tratamento. http://www.neurologia.cjb.net/ . (acessado em 11 de dezembro de 2005).

GOULART, F.R & CARDOSO, F.E.C. http://www.doencadeparkinson.com.br/dpexercicios.htm.%20Acesso%20em%2011/12/%202005 (acessado em 11/12/2005)

SILVA, M. L. Doença Machado-Joseph: Causa especifica da doença Machado-Joseph. Disponível em: <http://webhome.idirect.com/~albri/lsespecifpt.html>. (acessado em 10/02/2005).

3 comentários:

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